Kàrè é um bairro localizado em Lagos na Nigéria, próximo aos templos de Osógbò, Ilobu e Abeokutá, sendo o Òrìsá cultuado nessa região Òsún então Òsún Kàrè, ou seja Òsún de Kàrè. Justamente por essa proximidade, Òsún Kàrè aqui no Brasil, é identifcada como filha de Yemonjá (Abeokutá) e Odé (Ilobu), e irmã de Odé Kàrè. Podemos observar que essa região recebe a influência desses dois povos, sendo assim é inevitável que houvesse essa associação.
Aqui no Brasil, conta-se que após Odé ter tido um filho com Òsún, Logunedé, teria ido morar com Yemojá, lembrando que não seria o Odé da região de Ketu, que é filho de Yemonjá e sim Erinlè que é filho de Opaoká. E com Yemojá teria tido dois filhos, Odé Kàrè e Òsún Kàrè, quando Erinlè separou-se de Yemojá, ela cortou sua língua para que ele não contasse os segredos do fundo do mar. Foi então que Odé Kàrè foi morar com seu pai nas matas e Òsún Kàrè continuou com sua mãe, morando no rio que desagua no mar. Após algum tempo Òsún Kàrè sentiu saudade de seu pai e foi visitá-lo, no caminho ela sentiu fome, porém como morava nos rios e não tinha costume de caçar, só levou seu abebé, então mesmo com fome seguiu até o encontro de seu pai, que emocionado deu a ela de presente o Ofá (Arco e flecha unidos), e ensinou a caçar, para que sempre que sentisse saudade de seu pai, pudesse fazer a viagem sem sentir fome.
Devido a associação a Odé, ela veste dourado e azul claro, e carrega um ofá no peito, em homenagem a seu pai, come omolokun com camarrão e ovos. Seu dia é o sábado como as demais ìyágbas. Em alguns axés nos 7 anos dessa qualidade, na primeira saída, leva um faisão dourado nos braços, uma alusão a lenda acima.
Em seu assentamento, estão presentes o otá (pedra de cachoeira), ofá, conchas, além de objetos de vaidade.
"O conhecimento do orixá, é dado por ele e pertence a seu povo, vamos dizer não ao monopólio do candomblé, o Orixá é património público e seu saber não deve ficar concentrado na mão de poucos!".
Linda história!
ResponderExcluirBeijinhos
Li