quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Caminhos da Alma - JJ.Braga Neto

"Ah, gente!
Há gente sorrindo
da gente que sente
a dor por ser gente
e há gente falando
que há gente roubando
a gente;
da gente.
Ah gente!
Há gente que escora
na gente
e que explora
a gente;
e é gente da gente.
Ah gente;
há gente que vem ,
há gente que vai,
há gente indecente,
no meio da gente
que é gente demais!"
JJ.Braga Neto

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Saudades

Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...

Clarice Lispector

sábado, 8 de agosto de 2009

A cultura do ejó



Como se não bastasse as dificuldades pertinentes ao cargo que temos que enfrentar no dia-a-dia, e diga-se de passagem que é matar um leão por dia. Ainda temos que conviver com os ejozeiros de plantão, que se melindram com os nossos êxitos e conquistas.
Se eu pudesse resumir a vida dentro do Candomblé em duas palavras, certamente seriam: desafios e conquistas.
Desafios, porque eles testificam a nossa fé e conquistas, porque dizem respeito ao resultado de lutas e batalhas espirituais que foram vencidas, ou ainda estamos por ganhar.
Acho que todo o povo do santo deveria viver tendo essas duas palavras, caso ao contrário, será um fracasso, alguém ter vitória nesse mundo misterioso dos Òrisás.
Devemos parar onde estamos??? Acho que não...pode ser utópia mesmo a união que almejamos em ter... porém, como diz a minha sra. não são os opostos que se atraem, mas sim, "os afins que se encontram"... e por aki... nesse espaço virtual... encontrei pessoas que são tão sonhadoras como eu... encontrei no meio desse caminho com algumas pessoas que pensam da mesma maneira... e vamos continuar procurando... 
Abaixo aos ejozeiros de plantão!!! Viva a pureza da religião!!!!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Amizade


Quando somos crianças... o nosso conceito de amizade... é o amiguinho da escola, no qual dividimos a nossa merenda ou brincamos na hora do recreio. Ao chegarmos na puberdade, os amigos e a palavra amizade...tem um significado ímpar. Sobrevivemos sem os nossos parentes, mas jamais sem os amigos. É formada uma parceria tão intensa que pegamos maneiras, manias, trejeitos...somos a extensão do amigo, numa verdadeira simbiose.
Ao ficarmos adultos... os amigos são de extrema importância, nem tão necessários quanto na adolescência, mas ainda assim, de suma importância.
Durante a nossa vida, várias pessoas passam por nossos caminhos, traçando trajetórias, nem sempre definitivas, contudo, resta-nos garimpar o que de ensinamento essas pessoas trazem para as nossas vidas... Sendo positiva ou negativa.
É preciso ter olhos para ver certas coisas, e perceber se a mão daquele em que chamamos de amigo está realmente te guiando por um caminho melhor.
É preciso bom senso acima de tudo, e isso só adquirimos mesmo com a maturidade. Ter amigos e ter uma amizade sincera, não é tarefa muito fácil...
Passamos por muitos lugares, todos os dias. Alegrias e tristezas cruzam nosso caminho. Em um momento, o sol nos anima; em outros, a tempestade nos assusta. Há instantes em que a fé pulsa, mas às vezes a descrença nos pega de jeito. Em certos dias, a paz toma conta da gente; porém, há momentos em que a angústia aperta o peito. Quantas vezes a perseverança nos encoraja? E quantas vezes nos deixamos envolver pela dúvida? Muitas são as conquistas que carregamos conosco, assim como as perdas. Das pessoas que conhecemos, algumas ainda caminham conosco, enquanto outras se foram, e somente algumas deixaram saudades... Quantas lições vividas! Amores que se foram, outros que chegaram... A mágoa que ainda queima na alma - e o alívio que vem quando o perdão verdadeiro se faz presente. Os instantes de desânimo...e os momentos de esperança. O espinho que fere e a bela flor nos dá força para continuar são faces da mesma realidade. A cada instante escrevemos nossa história. Por isso, as páginas da vida são infinitas. Jamais se esgotam, se renovam todos os dias! Assim como, o bom e verdadeiro sentimento chamado Amizade... Onde hoje desfruto de amizade muito mais sincera e completa. Aos meus amados amigos... uma singela homenagem:
[I]Amizade não se explica!
Amigos sempre sabem quando serão amigos
Pois compartilha momentos juntos... dão forças!
Estão sempre lado a lado!
Nas conquistas... e nas derrotas!
Nas horas boas... e nas difíceis!
Amizade nem sempre é pensar do mesmo jeito!
Mas abrir mão... de vez em quando!
Amizade é como ter um irmão... que não mora na mesma casa
É compartilhar segredos... emoções!
É compreensão... é diversão
É contar com alguém... sempre que precisar
É ter algo em comum!
É saber que se tem mais em comum do se imagina!
É sentir saudade!
É querer dar um tempo!
É dar preferência
É bater um ciúme
Amizade que é amizade nunca acaba
Mesmo que a gente cresça
E apareçam outras pessoas no nosso caminho
Porque amizade não se explica
Ela simplesmente existe!"

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Eu penso assim e vcs???? Encantos e Realidade do Candomblé



"Não é difícil encantar-se com o candomblé. Ainda mais se você for a uma festa de Orisá, é um apelo a todos os sentidos, as comidas, a beleza visual dos Orisás, as músicas e som dos atabaques, a alegria, tudo é um deleite dos sentidos. As pessoas buscam sua felicidade na vida presente, não há um adiamento para a próxima vida, ou para quando você for para o céu, como muitas religiões pregam. Só esses elementos já são um convite, ainda mais vivendo na sociedade em que vivemos que tolhe o ser humano, condena o prazer que os sentidos nos oferecem e ainda adia, para outra época, a tão sonhada felicidade. O problema é que muita gente entra no candomblé pensando que tudo são flores e esquecem que como tudo que é humano, a religião é composta de seres humanos e imperfeições são encontradas em todos os lugares. Os espinhos começam a aparecer. O indivíduo quer saber, conhecer, devassar os fundamentos e muitas vezes certos conhecimentos só chegam com o tempo, ou só serão revelados quando o zelador julga que estamos preparados para tal. A pessoa acha que porque é iniciada, certas coisas, coisas ruins, não vão lhe acontecer, ledo engano. “Porque sou feita de Orisá, minha vida pregressa não vai mais me afetar e as coisas que eu fiz não vão voltar”. Lei do retorno existe, funciona e não deixa de exercer seus efeitos porque você foi iniciado. O planeta que vivemos não é perfeito e como cada um faz o que é bom pra si, nem sempre o que é bom pra fulano é bom pra ciclano, e aí chegam os problemas. Falta dinheiro, falta amor, conflitos em família e chega então a desilusão, a perda da fé. Aí que começam realmente os problemas, porque a criatura sai desorientada pelo mundo achando que ebó resolve tudo, que “Pombagira vai solucionar todos os problemas”, que “num-sei-quem tá fazendo feitiço para mim”, que “eu tenho que me defender”, e haja ebó, haja oferenda. É preciso bom senso acima de tudo, e o que vejo é que falta bom senso em boa parte das pessoas, porque não há análise crítica das situações, é mais fácil seguir o que os outros pedem do que sentar, e realmente gastar o tutano pensando sobre os assuntos que nos afligem. No por que de certos acontecimentos, no que eu posso aprender com isso, onde estou errando, qual seria o objetivo desse acontecimento em minha vida, o que a espiritualidade quer me mostrar? Agradar aos Deuses não vai nos trazer experiência de vida, vai nos fazer viver melhor nossa vida, creio que ajuda a pessoa a ver as coisas com outros olhos, pois abre-se um canal de comunicação entre você e seu Deus interior e seus Orisás, as oferendas são uma forma de dizer: “Meu pai, minha mãe, estou aqui, aberto às suas mensagens, me mostre o caminho”. Mas se você não estiver aberto para receber a mensagem, você pode fazer o maior ebó do mundo, de nada vai adiantar. É preciso ter olhos para ver certas coisas, e perceber a mão de alguém te guiando por um caminho melhor. Desentendimento com zelador é algo que não falta, “ele não quer me ensinar”, “ele não quer me dizer”, “ele fez errado”. Eu sei que existem pessoas que vivem de enganar as pessoas na sua fé nos Orisás, mas como é que você vai se entregar nas mãos de qualquer um? Fazer santo é que nem casar, é coisa séria, porque a pressa de fazer? Namorar é tão bom, noivar também, tudo tem sua fase e as etapas não podem ser queimadas como vem acontecendo na vida real. Para realizar sua união com uma casa de asé as coisas não podem ser como vêm acontecendo. É preciso o envolvimento inicial, identificação com a casa, ver como as coisas funcionam, observar como os filhos mais velhos se comportam, como o pai-de-santo age,será que você se adequaria àquela realidade? Será que conseguiria ter o comportamento que uma filha que ele gosta, tem? em zelador que faz questão de respeito à hierarquia, lugar de Iyawo é no chão, comendo de mão e cabeça baixa. E você, se entra num lugar desses vai ter que agüentar isso por sete anos, se mantiver as obrigações em dia. (Não vejo mal algum nesse estilo de administrar,mas tem gente que se sente humilhado). Então muitos não querem agüentar ou não aguentam, e mudam de casa como quem troca de roupa. Mudando de assunto, os africanos sempre tiveram uma relação muito forte com a natureza. A religião africana (ou de origem africana) certamente reflete isso e somente quando nos baseamos no equilíbrio e no respeito ao tempo e a individualidade de cada um, observaremos casas com iniciados satisfeitos, zeladores estimulados e Orisás em festa. E essas casas existem. Pois se existem lugares e pessoas que seguem o caminho dentro da casa de asé e da religião normalmente, sem pressão, sem inimizades, sem fofocas como deveria ser com todos, concluo que deve ser nessas casas que o respeito e o equilíbrio fizeram morada. Esses lugares são os exemplos que nos fazem seguir em frente e acreditar que é possível reformular sem perder hierarquia, sem perder o respeito dos iniciados, sem perder força, sem perder filhos."

Fonte: http://ocandomble.wordpress.com/ Encantos e realidade no candomblé Maio 31, 2009 por Carol 

Enfim... estou por aki!!!


Sempre manifestei a vontade de ter um blogger. Gosto de escrever...e acho que é uma boa maneira de se fazer compreender. Porém, essa tecnologia toda, orkut, msn, twitter, blog, fotlog...assusta um pouco, uma pessoa que ainda está começando a conhecer essa parafernália toda... e diga-se de passagem...que é um mundo encantador!!! Tão longe e tão próximo das pessoas...inclusive, foi através de uma amiga virtual, que hoje já faz parte do meu mundo atual que...enfim...estou por aki... Vlw...amada irmã Dedeca!!! Acho que consegui meu objetivo... se vou dar conta...não sei... só sei que aki vou querer colocar as aventuras e desventuras de uma recente Ìyálòrìsá... digo isso que apesar de alguns aninhos de casa aberta, temos sempre muito a aprender, a trocar figurinhas, a argumentar e contra-argumentar, rever os nossos conceitos dentro desse mundo mágico, sagrado e misterioso dos Òrìsás. Meu objetivo é esse... é fazer desse lugar...um lugar de desabafo...de conhecimento, de troca, de compartilhamento, e por que não...fazer novos amigos e colaboradores.
Não sei nem bem como começar...mas, vou deixar o coração fluir... A quem interessar...esse será um começo... e como é importante na vida da gente começar, né???
Beijos a todos e awure!!!!