Lorogun, lórogún ou olorogum é uma cerimônia ritual que paralisa a maioria das atividades nos terreiros de Candomblé, estimulando seus crentes e adeptos ao descanso coletivo, marcado o final do ano litúrgico.
O lorogun acontece propositadamente no período da quaresma católica, logo depois do carnaval, terminando justamente no sábado de aleluia (primeiro sábado da lua cheia), onde começa o início do ano litúrgico (Ano Novo) para o povo do santo.
Neste ritual não acontece sacrifício animal, embora seja oferecida comida ritual não só aos Deuses, mas à todos os participantes, servido diretamente por todos os Òrìsás do terreiro, extraordinariamente vestidos com roupas estampadas, menos os òrìsás funfuns que sempre estão com as suas vestes brancos. A comida é comportada em duas capangas à tira colo e distribuida a todos os presentes, depois estas capangas são penduradas na árvore sagrada do terreiro.
Em seguida, todos os Òrìsás saem com um isan (Atòrì é um apetrecho da cultura nago-vodum em forma de cipó "vara"), feito de uma planta chamada glyphaca lateriflora abraham, inerente aos Òrìsás Nanan, Òsògiyan, Obaluwàiyè, Òsùmàrè, Osaniyn e Yànsán, principalmente a Oyá Igbalè e muito utilizado nos cultos de Egungun.
Indispensável na festa do Pilão e na construção de vários objetos sagrados como Sasará e Ibirin, sua imitação de metal em forma de seta pode ser vista nos assentamentos sagrados: igbà Òsùmàrè, igbà Osaniyn e igbà Obaluwàiyè, o mesmo material serve para confecção das colheres de madeira sobrepostas no igbà Nanan. Suas hastes são simbolizadas com os ancestrais e tem finalidade de afastar os espíritos (eguns) para o seu espaço sagrado, e eliminar as energias negativas da comunidade, proporcionando a saúde e longevidade dos crentes.) devidamente enrolado com tecidos ou papéis e começam simbolicamente uma luta, parecido com maculelê, este mesmo objeto é levado e depositado aos pés da árvore sagrada do terreiro. Neste momento todos os òrìsás seguram nas mãos uma quantidade de folha sagrada, que são passada no corpo de todos os presentes, inclusive uns aos outros, formando um verdadeiro alarido, dando uma impressão de briga "guerra" que é interrompida com a manifestação de Òsáàlá, imediatamente tudo volta a calmaria e todos dançam sob um grande alá (pano branco), os cânticos sagrado deste Òrìsá da paz.
Fonte: Orún Aiyè - Encontro de Dois Mundos - José Beniste
Muito legal!! Uma pena que você esteja tão longe, afinal, eu moro aqui em São Paulo. Será que você não poderia me indicar algum Barracão do seu conhecimento para que eu possa visitar? Estou tentando me encontrar espiritualmente e o Candomblé conquistou meu coração, mas aqui existem muitas pessoas que não respeitam a Religião e agem de má fé.
ResponderExcluirAguardo um contato!
Beijinhos
Li