Ontem estive no Ile Asè Omulu Òsún, juntamente com Mãe Meninazinha de Òsún comemorando o Centenário do Asè e o Odum Adotá (50 anos) de iniciação da mesma. Não posso deixar de registrar a verdadeira aula de sapiência, energia, fé, dedicação e comprometimento com os Òrísás que tive a oportunidade de presenciar. Uma verdadeira aula de Cultura Afro-Brasileira, a qual me fez refletir sobre o peso da responsabilidade que temos diante dos nossos Ancestrais... pessoas que lutaram, venceram barreiras e resistências, sofreram humilhações e percalços, alguns até sacrificados por suas convicções, em nome de um Sagrado... em nome de uma religiosidade nata e latente vinda de outro Continente, pulsante dentro dos seus corações... em nome dos Òrisás... em nome a uma ideologia. Não podemos deixar todo esse acervo e esse legado morrer, visando facilidades e uma modernidade empírica. O que presenciei, foram histórias... Histórias com H maiúsculo. Histórias de vida, Histórias de Asè. Saber ouvir também é um aprendizado!
Estas senhoras, verdadeiras Damas do Candomblé na atualidade Mãe Meninazinha de Òsún, Mãe Railda de Òsún e Mãe Beata de Yemoja, legítimas representantes com louvor das nossas princesas africanas, Iyá Nassô, Iyá Detá e Iyá Kalá. que juntas formaram o nosso Candomblé, e deram origem a outras vertentes e Asès tradicionais.
Ver aquelas senhoras, Ìyás de respeito e de elevação espiritual, totalmente desprovidas de nenhum tipo de vaidade, de arrogância ou de estrelismo em cima dos seus Oyès, só fez reafirmar o meu pensamento perante a postura do Sacerdócio. Há que se dedicar, há que se envolver, há que se aprender, pois dentro do (awó) mistérios dos Òrísás, ninguém sabe nada... Tem que existir um comprometimento direto com a religião dos Òrìsás... Cultuamos as Forças da Natureza, e delas somos servos. Ninguém domina a Natureza, tendo em vista, que somos assolados cada vez mais, com tsunamis, vendavais, enchentes, terremotos e etc. Quem pára a Natureza?!
A tradição deve ser mantida... o verdadeiro Candomblé aprende-se no cotidiano de uma roça de Orìsá, e não em livros e apostilas... deixo claro, que não tenho nada contra as literaturas existentes sobre o tema, quando séria e coerente, ampliam o nosso recurso de estudos. Porém, nada mais ilustrador, quanto ao aprendizado diário existente em uma roça de Candomblé. Pingar uma água no chão, partir um obi e um orogbò, é sempre um ritual de pura magia! Dali podemos tirar as melhores lições de vida... os melhores conselhos e os melhores caminhos a seguir.
Não tenho a menor pretensão de ser conhecida ou reconhecida... conservo apenas a minha postura de ser uma opção a mais para os Òrìsás, um nome a ser lembrado por "ELES" na hora que precisarem de cuidados...
Saí desse evento, com a minh' alma renovada! Entorpecida por uma sensação de que é esse o caminho que quero para a minha vida... e exatamente, como aquelas senhoras, que quero terminar a minha vida... Cultuando Òrìsás, até o meu último suspiro. Aprendendo sempre, de pés descalços...sentindo a energia do aiyè, entrar pela sola dos meus pés e coração aberto... e repassando aos que me seguem, que Òrisá é ancestralidade, é subserviência, é humildade, caridade, tradição.
Não sei se consegui repassar aos que lerem esse post, a experiência inesquecível que tive...mas deixo aqui o meu orgulho absoluto em ser uma Lese Orisá!
Mo dùpé Mãe Meninazinha! Mãe Beata! Mãe Railda, Makota Valdina e tantas outras personalidades e ícones do nosso Candomblé!
Mo dùpé também a Iracema de Òsún (minha avó carnal)... que me deu a maior herança que eu poderia receber... o seu legado espiritual! " Os iniciados no mistério não morrem. Os iniciados vão para Intulá. Intulá, casa de mistério. Lugar de vida verdadeira, ilimitada que se renova" (Ogan Tobiobá - Asè Opo Afonjá)
Não sei nada de Candomblé. Não entendo o ritual,não sei de que forma age.Sou Umbandista. Apenas reconheço e entendo bem esta devoção aos Orixás. Em suas palavras mainha reconheço Deus. E isto me emociona. Reconheço em suas palavras a humildade que nos leva a apreciar e ver o Divino na natureza e na sua atuação em nós pobres mortais. Vejo em ti o espelho de Oxum refletindo o que há de melhor nas palavras reconfortantes do Todo Poderoso e sua misericórdia ao nos transmitir tanto amor. E é justamente este amor imenso e essa luta incessante por transmiti-lo e nos dar a verdadeira vida, o real ouro de Oxum,que a humanidade tanto precisa. Agradeço-a em meu nome e em nome das entidades que lutam para que tenhamos entendimento sobre esta vida e menos sofrimento, por tudo que enfrentou até hoje para enriquecer nossas almas. Saravá mainha!
ResponderExcluirOI MINHA LINDA ,NAO TENHO PALAVRAS PARA LHE AGRADECER ,E DIZERLHE DE QUANTO ME FAZ FELIZ POR TER PARTICIPADO DO NOSSO EVENTO (E SEU TAMBEM ) E TER ABSORVIDO O POUCO QUE FOI PASSADO AQUI POR MIM E MEUS IRMAOS E SEUS TAMBEM ,E ESSA NOSSA PROSTA E ESSA NOSSA MISSAO FELIZ DAQUELE COMO VOCE QUE CONSEGUEM ABSORVER E ENTENDER O QUE FOI PASSADO ,ASSIM VEMOS QUE NAO PERDEMOS TEMPO .E NAO FALAMOS EM VAO ,.APROVEITO PARA LEMBRA LHE QUE DIA 24 TEREMOS OLUBAJE VIU ? BJUS DE MEL
ResponderExcluirMinha Querida Yaya...Parabéns pelo blog belas e valiosas palavras reconhecimento do q é ser uma lesse orisá tudo q postou sobre essas nobres senhoras da nossa religião é a mais pura verdade, vc como sempre um encanto de yá te gosto muito ja sou sua seguidora..bjkas no coração os orisás lhe abençõe sempre minha querida.
ResponderExcluirÉ maravilhoso ver pessoas como você,dando o seu sangue pela nossa religião,levando a concietização para aqueles que não tem,seria mais maravilhoso ainda,se outros tivessem esse objetivo,esse amor que você tem iyá pelos orisás,sua dedicação,seu dom,suas palavras soam como os próprios orisás susurrando aos nossos ouvidos,o que devemos e precisamos ouvir,palavras de conhecimento e sabedoria,que com certeza outros estão lendo e refletindo,para que nossos filhos e netos,tenham uma forma diferente de ver nossa cultura.Com mais dignidade e fé.
ResponderExcluirVc é ótima! Adorei seu texto!
ResponderExcluirSya abenção!
Olá minha Yá adorada,motumbá!
ResponderExcluirEu a sua Solzinha,venho aki rapidamente prestigiar essa maravilha de blog,rico de informações e com citações sábias e construtivas.
Yá Elaine,fico feliz em ver que Ósun lhe conduz para o caminho do sucesso,da união,da boa ética e da dedicação,e é justamente isso que faz a diferença na religião Afro,pois a mesma nem sempre é seguida conforme sua hierarquia e disciplina.
Parabenizo a senhora por participar de um evento produtivo,onde "AS PERSONALIDADES" da religião se destacam como exemplo em sabedoria,solidariedade e cumplicidade,e é exatamente nesse grupo que lhe encaixo,por ser esse ser humilde e carismático,capaz de ser o alicerce de qualquer ser humano.TE ADORO E ADMIRO SEU SORRISO QUE É LINDO E SINCERO.
Em relação as "MESTRAS" que participaram do evento,dedico meu respeito e admiração,pois são senhoras que possuem uma grandiosa experiência na religião,e a mesma sempre foi aplicada com seriedade e amor,e isso sabemos que hoje em dia é raro,mesmo o porque, as pessoas se preocupam muito com STATUS e não em louvar o orisá com respeito e alegria,é triste mas é nossa realidade.
Finalizando,ressalto meus votos de muitas vitórias e conquistas,isso pra ti e toda sua familia de asé.
E AFIRMO QUE É PRAZEROSO SABER QUE AINDA EXISTE SERES TÃO ABENÇOADOS COMO A SENHORA,QUE NOS FORTALECE E INCENTIVA COM UM SIMPLE SORRISO.
PARABÉNS MAIS UMA VEZ,BJKAS MIL.
Parabéns Iyá Elaine, adoorei o texto !! Eu tive a honra de poder compartilhar desse momento relatado pela sra. Pude ver essas grandes mulheres q lutaram para o candomblé chegar aonde chegou, Mãe Meninazinha, Mae Beata, Makota Valdina, entre outras tantas q estavam lá. Ainda sou dessa religiao, pq sei q nela existiu e existe mulheres q fazem a diferença, q fazem o candomblé ser uma religiao de respeito ao nosso mais velho, a nossa ascendencia, a nossa origem... Parabéns Mãe Meninazinha, o sire estava Belíssimo e a sra como uma verdadeira rainha, Oxum em vida.. Mae Oxum estava Dára Pupó !! Tdo Perfect !! Q Olodumare lhe dê mtos anos de vida com saúde p sra poder nos abrilhantar mais com a sua pessoa. Meus repeitos ao Ilê Omolu Oxum, a Iyalorisá Meninazinha de Oxum e a qm veio antes dela, q fez com q esse axé chegasse ao centenario.. Meu eterno respeito a essas mulheres q sao Mãe, filha, amiga, confidente, esposa, amante, dirigente de axé, mulher guerreira q luta fora e dentro desse mundo chamado Candomblé.
ResponderExcluirMo jubá gbogbo.
Asé O!! minha querida,
ResponderExcluirFeliz por saber que vc se encontra feliz, que entendeu com totalidade o porque, seu lugar, desejo a voce toda a sorte que puder ter, toda a felicidade que existir, toda a saude que houver, e não se deixe envolver com as pessoas, confie sempre nos Inmolé,em seu instinto, e Asé muito Asé em seu caminho Awure O!!
Motunbá, A Dofé Karé O!!!
Bjs, Angela