Inconformada com o que foi exposto hoje na reunião do Centro de Referência de Enfrentamento a Intolerância Religiosa e Promoção de Direitos Humanos, na SUPERDir (Prédio da Central do Brasil, 7º andar - Centro do Rio), decidi externar a minha indignação através desse post. A religião que escolhi para minha vida, é algo que verdadeiramente me fascina, que me fez crescer como ser-humano, que me complementou e que a cada dia, renovo os meus conceitos de viver bem a vida.
Infelizmente, surpreendida com a manchete em um jornal, com um trocadilho totalmente sem sentido, sensacionalista e tendencioso, em letras garrafais: "Rei do Bacalhau da Ilha fez bolinho do pai e do macumbeiro", ilustrado ainda com uma foto do assassino, "incorporado" (se é que posso usar essa termo) com uma entidade: Exú.
Tal manchete, reforçou ainda mais, o meu desejo e empenho em militar pela causa da religião, juntando-me a outros irmãos de fé conscientes e comprometidos, para que eu possa ser mais uma voz... uma voz ativa...que discorda...que grita... e que deseja que associações desse tipo não façam mais parte da nossa rotina religiosa.
O "satanismo" ou "magia negra" mencionados na coluna do jornal, o qual supostamente o assassino é adepto, em nada tem haver com as religiões de matrizes africanas, essa infeliz associação, só ajuda a colaborar com o que amplamente lutamos para acabar... esse tipo de matéria sensacionalista, só serve para incitar ainda mais a intolerância religiosa, e virarmos alvos de preconceito e desrespeito.
Vejo de maneira lamentosa, e porque não dizer desastrosa, embora saiba que esses veículos tendem a se aproveitar do sensacionalismo para sua própria sobrevivência financeira, todavia, acho que tais artifícios, deveriam ser utilizados com um critério maior de responsabilidade e comprometimento com a verdade. Uma possível especulação, não serve de base para utilização de adjetivos perjorativos, difamando e ofendendo assim, toda uma sociedade de idôneos adeptos dos cultos afro-brasileiros.
Fomos duplamente lesados, pois além de mais uma vez, difamarem as religiões de matrizes africanas, acabamos por perder um irmão de religiosidade, o Bàbálòrìsá Robson Luiz, (assassinado em 2009 - dentro do seu próprio Ilè Asè), que por exercício da sua fé acabou sendo confidente da atrocidade cometida, e por este motivo, teve a sua vida ceifada.
Enfim.... basta!!! Precisamos fazer barulho e cobrar uma retratação por parte desse e de outros veículos de comunicação que insistem a nos tratar de maneira indevida, perjorativa e tão desrespeitosa.
Toda ação...tem que ter uma reação! Reagiremos!!!
Informo assim que possível!
Intolerância religiosa e insulto à inteligência. Isto também não é jornalismo. Nós temos é que repassar a idéia de que o Candomblé e a Umbanda são religiões onde predominam a sensatez.Se o rapaz houvesse se confessado a um padre ou um pastor seriam eles a serem mortos. Aí não é uma questão de religião, mas sim de deprimente sensacionalismo. Professamos a humildade e não a ignorância. Chega de dar espaço aos falsos religiosos e aos falsos jornalistas...Saravá!
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